O tempo, o movimento dialético e a finitude humana...

Posted by Edna Marcadores:




Se as pessoas não são capazes de nos mostrar quem nós somos ao longo de nossas práticas existentes (Lévinas), por motivos de Cuidado, Educação ou mesmo por pura desnecessidade do Outro, talvez, o Tempo seja quem consiga revelar, com razoabilidade e paciência, o significado de nossas trajetórias genuinamente. A maior parte da composição de nossa persona nunca é nos mostrada com suas virtudes e vícios. Tentamos esconder, por conveções individuais e coletivas, os significados nos quais pretendemos ser eternos para dizer que a nossa vida, e tudo o que a rodeia, também é banhado por essas águas. Desejamos a imortalidade, mas sem ter que pagar o preço que advém dela. Essa é a evidência de que o contato com as outras pessoas nos fortalece, nos desenvolve, mas, igualmente, nem sempre se coloca em xeque o que EU SOU ou o OUTRO É. O instante eterno de Maffesoli pode conter esse pequeno vício que, em alguns momentos, se sobressai à interaçâo de caráter pedagógico. O Tempo, percebido como um velho amigo e desprovido (ou despido) daquele caráter sombrio, neutro ou indiferente, se reconciliar com o Ser humano na medida que mostra perspectivas desconhecidas de sua própria INFINITUDE. Não pretendo afirmar que a Condição biológia humana o seja, porém o Tempo revela caminhos sobre a DES-coberta de si. A caminhada é tão longa, e às vezes seu fardo tão pesado, que nenhum de nós potencializou o que, possivelmente, possamos VIR A SER (devir). O instante eterno de Maffesoli somente tem significado quando o Tempo RETIRA O VÉU de nossas próprias ilusões. Novamente, a vida é criada e recheada de significados simbólicos. Sem essa pluralidade de manifestações, o mistério do viver não seria, digamos, divertido. Todavia, parte desses símbolos geram ilusões que não nos permitem enxergar nossa própria finitude. Por esse motivo, a insistência do existente precisa ir além de suas expectativas. Para se conhecer, é necessário dar o primeiro passo rumo ao desconhecido que é CADA UM DE NÓS. Talvez, o Tempo, como esse velho amigo, seja capaz de nos mostrar a profundidade de nosso interior ou revelar nossa incapacidade de reconhecer essa infinitude humana que habita em cada pessoa. De um modo, ou outro, quando não se dialoga com o Tempo, não se descobre elementos primários do Ser. Nesse momento, qualquer ilusão será suficiente para imortalizar O QUE SE DESEJA SER E NÃO O QUE GENUINAMENTE SE É. Talvez, possamos demorar mais TEMPO para se DES-cobrir a luz atrás da penumbra, afinal, a AMIZADE COM O TEMPO EVIDENCIA NOSSA HUMANIDADE.