Pensar na vida e suas múltiplas dimensões é tarefa árdua para o mais brilhante dos cientistas ou filosófos. Impossível prender a magnitude dos sentidos que se vive com a outra pessoa e o mundo todos os dias. Se o Direito pudesse sentir o pulsar daqueles que riem, choram, alegram-se, entristecem-se, talvez pudesse ser mais poético no seu rigoroso latim que se faz imcompreenssível aos mais tenros e puro dos corações. Vive-se a ilusão de um mundo perfeito, livre das dores e dos males que tornam o nosso espaço sujo e desmedido. Exclui-se o outro e perde-se a riqueza do diálogo. Cada vez mais nos encolhemos em nossa pequenez para satisfazer um ego cada vez mais vazio. Por que? Obinubila-se a resposta porque pensar dói. A Fraternidade, tantas vezes citada pelo Direito em suas Normas Jurídicas, as quais se assemelham ao som do Trovão de Zeus, perde sua alma para corroborar procedimentos que implicam o trono da Razão Lógica. o Ser humano é sujo, mesquinho, não pode, sozinho, guiar-se ao futuro brilhante por um passado e presente que destrói e corrompe. A projeção da Terra Prometida (Maffesoli) ofusca e nos convida a viver num limbo no qual perde-se o sentido de humanidade. Perde-se o contato, a(s) vida(s), o(s) movimento(s), o(s) cheiro(s), o(s) som(ns) que indicam a nossa condição de Ser humano. Quão difícil é compreender a incerteza que é a outra pessoa porque não compreendemos sequer o que somos. Sem o espaço para SENTIR o mundo a nossa volta, improvável ditar suas regras conforme nosso POBRE desejo meramente abstrato. Quantas lições Maffesoli nos indica sobre a necessidade de se deixar convidar a viver algo com as pessoas, aprender suas diferentes culturas, modos de existir, pensamentos a fim de que se possa construir sentidos razoáveis para uma vida razoável. A ação egoísta se espalha endemicamente como uma raíz fincada profundamente em nossas almas, deixando-nos á mercê das imagens que formam o cotidiano. Oh, ingenuidade, quão tormentoso pode ser seu preço para indicarmos, inseguramente, a prevalência de uma condição econômica sobre a outra. Quantas vezes trouxestes miséria à condição humana pelos seus enigmas que os pobre mortais não conseguiram responder. Ao reclamar seu prêmio, devorastes a possibilidade de um sentir e sonhar algo diferente o qual se movimenta no presente em direção a algo que não se atreve a nominar, pois essa é a esperança de um cenário que está porvir. Ariadne, ensina-nos a sentir o que é Ser humano, ajuda-nos a crer que o coração humano ainda pode ser maior em detrimento à soberba ilusória no qual incita-nos aos mares furiosos do ressentimento. Dê-nos o fio para que possas conduzir a vida a outro patamar de sensibilidade. Deixemo-nos sentir o pulsar da existência como se pudéssemos ouvir a grama crescer (Maffesoli). Deixe-nos caminhar pelas vias do progresso como PODEMOS fazer, ou seja, pelo aprendizado que cada momento nos oferece, nem mais rápido ou lento, mas adequadamente e generosamente na direção da outra pessoa. Ah, se pudéssemos permitir o que realmente somos, a experiência do mundano, do anódino será a maior prova de que o solo fértil (humildade) germina perenemente o coração nesse caminhar que não encontra respostas, mas ilumina a escuridão de nossas cavernas as quais fomenta, muitas vezes, a miséria da alma humana. Estimado Direito, quando compreenderes a vida em todas as suas dimensões serás, autenticamente, a representação que se guia pelo sonho improvável da esperança. Nesse dia, o sentido de VIVER será doce como a infinita alegria da cumplicidade presente em todos nós. Temos pressa, por isso, caminhamos, devagar, rumo ao futuro que pode vir a ser aquilo que está escrito em nossos corações e almas.
Fonte: http://sergioaquino.blogspot.com/2009/08/vida-ah-que-horizonte-perdidosera.html
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